AS PERGUNTAS MAIS COMUNS QUANTO A LIPOASPIRAÇÃO

Quantos quilos vou emagrecer com a lipoaspiração?

Sendo uma cirurgia que retira determinada quantidade de gordura, evidentemente haverá uma redução no peso, que varia de acordo com o volume aspirado, porém não são, os “quilos” retirados que definirão o resultado estético, mas sim as proporções entre as diferentes regiões corporais. A avaliação detalhada de três itens: elasticidade da pele, quantidade de gordura e sua localização nos permitem otimizar o resultado.

Qual o volume máximo que pode ser retirado?

O volume máximo a ser aspirado de acordo com normas estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é de até 7% do peso corporal do paciente. Porém este valor pode variar um pouco devido a outros fatores, como idade da paciente, resultados dos exames laboratoriais, perda sanguínea durante o ato operatório, etc.

O que esperar de uma lipoaspiração?

Os resultados variam de acordo com cada caso, com a quantidade de gordura a ser retirada e com a resposta de cada organismo. Sua principal indicação está nas chamadas gorduras localizadas. Não está indicada no tratamento da obesidade, sua utilidade é na redução de medidas e na modelagem do corpo. A perda de peso, apesar de não ser o objetivo da lipoaspiração, é uma consequência secundária e variável.

Qual a evolução pós-operatória?

Até que se consiga atingir o resultado almejado, diversas fases evolutivas são características deste tipo de cirurgia. Assim é que edemas (inchaço), “manchas” de infiltrado sanguíneo, hipersensibilidade de algumas áreas, insensibilidade de outras, são comuns a todos os pacientes; evidentemente, alguns pacientes apresentarão estes fenômenos com maior ou menor intensidade que outros. O seu organismo se encarregará de dissipar esses pequenos transtornos. O edema inicia-se ainda no ato cirúrgico e pode levar meses para a sua regressão total. O resultado final pode ser avaliado a partir do terceiro mês, porém, em geral, com um mês já podemos começar a observar os resultados. Tenha paciência, lembre-se que nenhum resultado poderá ser avaliado com menos de 3 a 12 meses de pós-operatório. Condutas complementares com esteticistas ou fisioterapeutas, carboxiterapia, uma dieta balanceada e exercício físico poderão melhorar bastante o resultado final.

Há perigo nessa operação?

Todo ato médico apresenta um risco variável e a Cirurgia Plástica, como parte da Medicina, não é exceção. Os riscos podem ser minimizados, preparando-se convenientemente cada paciente. É importante também salientar que, de acordo com o conselho federal de medicina, a lipoaspiração deve sempre ser realizada por cirurgiões plásticos habilitados (verifique se o seu cirurgião tem título de especialista emitido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, única sociedade capacitada para expedição de tal título no site www.cirurgiaplastica.org.br), não devendo ser realizadas em consultórios e sim em hospitais devidamente equipados para intervir em qualquer intercorrência que, por ventura, venha a ocorrer.

Quando realizada por cirurgião plástico habilitado, em hospitais equipados e em pacientes saudáveis, a lipoaspiração é um procedimento com índice de complicações muito baixo.

Que tipo de anestesia é utilizada para esta operação?

Em geral utilizamos anestesia tipo peridural com sedação, porém, em determinados casos, podemos utilizar anestesia geral ou raquidiana. Esta escolha será feita pelo médico anestesiologista após cuidadoso exame pré-anestésico.

Quanto tempo dura o ato cirúrgico?

Depende de volume de gordura e da área corporal a ser aspirada, em geral dura em torno de 3 a 4 horas.

Qual o período de internação?

O tempo de internação também é variável de acordo com a extensão da área abordada. Dependendo do volume aspirado e da evolução no pós-operatório, pode-se ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte.

O pós-operatório da lipoaspiração é muito doloroso?

Uma lipoaspiração costuma apresentar certo grau de dor, porém não costuma apresentar dor intensa, desde que tomadas as medicações analgésicas prescritas e respeitadas as orientações de repouso e movimentações. A dor é mais intensa nos dois ou três primeiros dias melhorando gradativamente.

Deve-se utilizar cintas?

Sim. Cintas especiais são úteis no pós-operatório. A cinta deve ser confortável. O ideal é a paciente experimentar a cinta antes de comprá-la, pois apesar de se retirar gordura na cirurgia, irá ocorrer edema. O tamanho ideal é aquele que fique confortável na paciente antes da cirurgia. A cinta deve cobrir toda área operada. O uso da cinta é recomendado pelo período médio de trinta dias. No caso de dúvida entre dois tamanhos recomendamos que se compre o maior, pois é preferível que a cinta fique ligeiramente folgada do que apertada. Cintas muito apertadas além de causar dor e desconforto excessivo, podem levar a formações de feridas na pele e em alguns casos extremos podem levar inclusive a necrose da pele.

Em quanto tempo poderei retornar as minhas atividades habituais?

O tempo de retorno varia de acordo com as atividades praticadas pelo paciente, com a quantidade de gordura retirada, com a extensão da área tratada e com a resistência individual a dor. Em geral, é recomendado repouso maior nos três primeiro dias. Após, o próprio paciente ira determinar seus limites de acordo com a sua recuperação. A maior parte dos pacientes retorna as suas atividades laborativas em torno do 5º ao 7º dia. Atividades físicas mais leves podem ser iniciadas a partir do 15º dia sendo aumentadas gradativamente de acordo com a capacidade individual, sendo recomendada a orientação de um profissional de educação física.

É verdade que a gordura retirada na lipoaspiração é facilmente recuperada?

Não. A lipoaspiração retira células adiposas do corpo. Funcionando como se a paciente não tivesse aquelas células. Logo, se a paciente fizer uma dieta equilibrada e atividades físicas regulares, irá facilmente manter e até melhorar o resultado obtido, assim como se fizer uma dieta restritiva irá emagrecer ou se tiver uma dieta mais calórica irá engordar, não tendo a lipoaspiração nenhum efeito nem benéfico nem adverso neste sentido. O que observamos, na prática é que por diminuir a quantidade de células de gordura em determinadas áreas, mesmo quando a paciente engorda após a lipoaspiração, na maioria dos casos, ela mantém o corpo modelado, com proporções mais harmônicas.

Pode ser necessária a realização de retoques?

Sim. Ha vários fatores que condicionam o resultado deste procedimento: a técnica a ser usada, os cuidados pós-operatórios, a colaboração do paciente, medidas dietéticas adequadas, exercício físico, genética, etc. Pode ser necessária a realização de cirurgias complementares para se obter um resultado final melhor. É interessante observar que são considerados retoques a correção de pequenas imperfeições. No caso de ser necessário um procedimento secundário devido ao volume de gordura no pré-operatório ser maior do que o limite máximo a ser retirado do paciente ou por ganho de peso no pós-operatório, estes não serão considerados retoques e serão cobrados honorários para a sua realização.

O que é Trombose? Isto pode ocorrer na minha cirurgia?

A Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma doença causada pela formação de um trombo (coágulo sanguíneo) dentro de um vaso (veia), o que pode resultar no bloqueio do sangue, impedindo-o de fluir através deste vaso.  Seus principais sintomas são edema e dor.

Nossa principal preocupação é que pode acontecer deste coágulo se desprender e se movimentar na corrente sanguínea, este fenômeno é chamado de embolia. Em uma embolia o coágulo pode ficar preso no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves e até mesmo a morte.

A trombose ocorre devido a três fatores:  alguma anormalidade da coagulação (hipercoagulabilidade), lesão da parede do vaso sanguíneo (trauma ou infecção), ou quando há uma diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. Como na cirurgia o paciente fica muito tempo em repouso, tanto durante a sua realização, quanto no período de recuperação pós-operatória, o risco de se desenvolver uma trombose está aumentado quando realizamos cirurgias.

Existe algum método preventivo para evitar que eu tenha trombose no pós-operatório?

Sim. Existem medidas profiláticas que visam diminuir o risco de se desenvolver esta patologia. Porém, é bom esclarecer que todas as medidas apenas diminuem o risco, não sendo possível eliminar totalmente o risco de se desenvolver uma trombose ou uma embolia.

Esta prevenção é feita através da utilização de uma tabela de análise dos fatores de risco para o aparecimento de trombose. Para cada fator de risco encontrado, são atribuídos pontos e de acordo com a pontuação final, o risco de se desenvolver trombose é classificado em baixo, médio e alto.

De acordo com o risco de se desenvolver trombose o cirurgião opta por tomar medidas profiláticas, que podem ser divididas em clínicas (uso de bota de pressão intermitente, massagem, deambulação precoce, uso de meias elásticas) ou medicamentosas (uso de anticoagulantes).

Porém algumas destas medidas também podem ocasionar complicações, como, por exemplo, o uso de anticoagulantes pode levar a hemorragias, por isso temos que analisar o risco de se desenvolver trombose e o risco de se desenvolver hemorragias para decidir em qual caso devemos tomar quais medidas.

Por este motivo, não existe uma regra a ser usada na prevenção da trombose em todos os pacientes. O cirurgião tem que analisar cada paciente, para decidir qual o melhor método que se aplica.

Eu tomo hormônios (anticoncepcional, reposição hormonal) posso continuar usando?

É recomendado que se pare o uso destes hormônios, pelo menos 30 dias antes da realização da cirurgia. Porém seu uso não impede que se realize o procedimento cirúrgico.

O anticoncepcional é um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento dos fenômenos tromboembólicos (trombose e embolia) e a suspensão do seu uso diminui significativamente a ocorrência de tais problemas.

Caso a paciente opte em não parar de tomar, tem que saber que estará com risco aumentado de trombose, sendo neste caso, extremamente importante que a relate ao cirurgião que está usando esta medicação.

Eu fumo, isto pode prejudicar a cirurgia? Quanto tempo devo ficar sem fumar?

Sim. O cigarro é um dos principais responsáveis pelo aparecimento de complicações cirúrgicas. Acarretando em problemas tanto durante a cirurgia, quanto no pós-operatório.

Dentre estas complicações estão: pneumonia, trombose, embolia, necrose da pele, deficiência da cicatrização, abertura de pontos. Além destas, inúmeras outras complicações cirúrgicas podem ser causadas pelo fumo.

A suspensão do cigarro para que diminua significativamente a chance destas complicações deve ser feita com 30 dias de antecedência. O ideal é que a paciente não fume até o 30º dia de pós-operatório, pois neste período o fumo aumenta bastante a chance de queloides e cicatrizes hipertróficas.

Caso a paciente opte por não parar de fumar, a cirurgia poderá sim, ser realizada, mas ela tem que estar ciente que está aumentando, e muito, o risco de complicações e de resultados indesejados.

Caso a paciente opte por não parar de fumar ou parar por um período inferior ao recomendado é de extrema importância que ela relate ao cirurgião a verdade para que possamos tomar alguns outros cuidados com intuito de tentar minimizar o risco.

Mesmo que não pare de fumar pelo tempo recomendado, parar por um tempo menor, ou apenas diminuir a quantidade de cigarros fumados, não elimina, mas diminui o risco de complicações.

Pode ser necessário associar uma cirurgia para retirada do excesso de pele?

Sim, como já explicado a lipoaspiração é uma cirurgia que visa a retirada de células de gordura para melhorar a harmonia entre diversos segmentos do corpo. Porém ela, isoladamente, não retira o excesso de pele da paciente.

Nos casos em que a paciente já apresenta um excesso de pele (FLACIDEZ) pode ser necessário a realização de uma cirurgia complementar para melhorar ainda mais o resultado.

Existem diversos procedimentos que podem ser associados a lipoaspiração com este intuito, dentre eles podemos citar a abdominoplastia e a mini abdominoplastia, em ambas realizamos a retirada do excesso de pele do abdome.

Qual a diferença entre Abdominoplastia e Mini abdominoplastia?

As duas técnicas tem como objetivo a retirada de pele do abdome, com intuito de melhorar o aspecto desta região. A diferença entre as duas consiste na quantidade de pele que será retirada e no tamanho da cicatriz resultante.

Na abdominoplastia retira-se mais pele, deixando a barriga bem mais esticada principalmente na porção superior do abdome (acima do umbigo), porém a mini abdominoplastia resulta em cicatrizes menores e mais escondidas.

A mini abdominoplastia tem como limitação não conseguir esticar a pele acima do umbigo, o que só é conseguido na abdominoplastia.

Algumas pacientes podem ter um grau leve ou moderado de flacidez acima do umbigo, que a mini abdominoplastia não consiga “esticar” e não ter flacidez suficiente para uma abdominoplastia, nestes casos a paciente poderá optar por uma mini abdominoplastia, mesmo sabendo que não ficará com o abdome tão esticado ou por uma abdominoplastia atípica (cirurgias realizadas nestes casos intermediários – existem diversas técnicas, informe-se mais detalhadamente com seu cirurgião durante sua consulta).

Cada técnica tem sua vantagem e desvantagem. Deve-se conversar bem com o cirurgião no pré-operatório para decidir qual a melhor técnica a ser utilizada no seu caso.

Se optar por realizar uma mini abdominoplastia, como será minha cicatriz?

Esta cirurgia deixa uma cicatriz no abdome com tamanho pouco maior que uma cesárea, ou seja, uma cicatriz horizontal, na altura do púbis (o tamanho pode variar de acordo com a necessidade e com o combinado no pré-operatório. Quanto maior a cicatriz mais pele iremos retirar, deixando a barriga mais esticada).

Na mini abdominoplastia será feito um novo umbigo?

Não, quando realizamos esta técnica cirúrgica não mexemos no umbigo, portanto não resultando em cicatrizes ao redor do umbigo como vemos na abdominoplastia.

Como ficarão as cicatrizes?

As cicatrizes terão as localizações já explicadas e são planejadas para ficarem o  mais disfarçadas possível sob as roupas, e passarão por vários períodos de evolução, como se segue:

  1. Período imediato: vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto pouco visível. Alguns casos apresentam discreta reação aos pontos ou ao curativo.
  2. Período mediato: vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período haverá espessamento natural da cicatriz, bem como mudança de sua cor. Este período é o menos favorável da evolução cicatricial; como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos às pacientes que aguardem, pois o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.
  3. Período tardio: vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia das pálpebras deverá ser feita após este período. Raros casos ultrapassam este período para atingir a maturação definitiva da cicatriz.

Ouvi dizer que alguns pacientes ficam com cicatrizes muito visíveis ?

Certos pacientes apresentam tendência à cicatrização hipertrófica ou ao quelóide. Essa tendência, entretanto, poderá ser avaliada, até certo ponto, durante a consulta inicial. Pessoas de pele negra têm maior predisposição ao quelóide ou à cicatriz hipertrófica, entretanto, isto não é uma regra absoluta. A análise prévia das cicatrizes nos facilitará o prognóstico cicatricial, porém, é impossível prever a ocorrência ou não deste tipo de cicatrização. O fato de se ter uma cicatriz boa ou um quelóide não significa que a próxima cicatriz se comportará da mesma forma. Este tipo de complicação depende exclusivamente da cicatrização da paciente e não dos cuidados tomados pela equipe cirúrgica.

Existe correção para cicatrizes hipertróficas?

Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar tais cicatrizes inestéticas. Não se deve confundir, entretanto, o “período mediato” da cicatrização normal (do 30º dia até o 12º mês) como sendo uma complicação cicatricial.  As cicatrizes hipertróficas podem ser tratadas através de procedimentos ambulatoriais desde o seu surgimento, porém o tratamento cirúrgico destas só é recomendado após o 18º mês ao contrário dos queloides que podem ser tratados cirurgicamente mais cedo.

Como são feitos os curativos?

A ferida cirúrgica demora 48 horas para estar totalmente impermeável a água e aos microrganismos contidos nela. Quando utilizados curativos impermeáveis pode-se tomar banho normalmente, desde que não se retire o curativo nestas primeiras 48 horas.

O curativo será trocado pelo médico no consultório, por isso, é fundamental comparecer às consultas nos dias determinados. 

Caso ocorra abertura de pontos informe seu médico, pois ele pode esclarecer sobre curativos e uso de medicações adequadas.